Uma boca que quer outra boca Uma fome que clama outra fome Uma mão que chama outra mão & o corpo que se ateia noutro corpo nesse vigor que agoniza nesses ecos - um gesto que pede outro gesto um olhar que penetra outro olhar pelas paredes da terra o pensamento que gera sensações herdeiras de sussurros & de estrelas & aves aves aves a nascer nos poros & o silêncio dos astros a densa neblina das vozes & o vazio & o cheio de nós do ar do tacto do corpo do sexo noutro sexo nessa lenta descida da sede & as águas intimas que caiem sem tempo nesse deserto rigoroso & humano que chora que canta que dança que se abre em vertentes nas gargantas agrestes de gritos ah plenitude animal toda no interior de uma boca & no olhar um imenso orvalho puro * Dois que significa em nós a união entre a essência e matéria por isso significa plenitude! A eterna e dual duplicidade e cumplicidade de tudo em tudo Um que não existe sem o outro a árvore e sua sombra a lua e o sol a noite e o dia a água e a terra o fogo e o ar a macho e a fêmea a alegria e a tristeza a dor a felicidade a ausência e a presença a luz e a escuridão se não fosses serem dois como saberíamos do um? Que significado teria a alegria sem a tristeza? O como entenderíamos a tristeza? E a ausência sem saber o que é a presença? Um é o sentido absoluto do outro que faz dois. |
quinta-feira, 16 de junho de 2011
dois - maria andersen
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esta mulher não existe, isto é um comentário publicado no poema DOIS que postei aqui...dizem que ela existe e ela também insiste em afirmar...eu ainda não vi...quem viver verá...sou seu sudito...ouço, falo e entendo a linda e lírica língua dela...é um anjo de mulher!
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