sexta-feira, 29 de abril de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

o mais

não precisa ser santo
nem precisa ter tanto
precisa é saber o mais
o rumo é destino  

terça-feira, 26 de abril de 2011

gavetas - cleide guedes

Ana Cristina Cesar


Oi, revirei gavetas... sabe aqueles papéis ( no meu tempo era assim que se escrevia ) já até amarelados... busquei algo não piegas, não tão de coisinhas de amor o qual antes eu adorava escrever... me sinto muito inibida em te mostrar rsrsrs, afinal ... mas darei a minha cara a tapa, não pra vc postar, talvez para que dê sua opinião... afinal vc inventou sua brincadeira, e como um crítico agora eu o quero solicitar... vamos lá prá alguma coisa:

1- Esperar é ter suspensa a vida, num momento que nem sabe o anseio que ele tem...esperar é ter o coração saltado, como sempre pronto a explodir...

2- Somos lúcidos quando nos agrada, não importa a fila incessante pedindo uma normalidade que talvez não exista. Somos todos um pouco loucos, donos dessa loucura gostosa que é fazer um mundo só nosso, onde possamos ser o que somos sem restrições...

3- Lá fora voa o tempo,
Aqui me enterro com ele.
A vida transcorre,  é rio fluente...

sereno

sereno
cai
sereno
sai

segunda-feira, 25 de abril de 2011

fogo - José Mateus Pereira Neto

O fogo começou pelas bordas, como todos os fogos, e nós só nos assustamos quando os tapetes começaram a arder, mas, era tarde demais, e ouvimos os estrondos...então, onde estávamos? Onde qualquer medo nos projeta, e lá ficamos, até que o medo passasse, até que outro fogo comece.

domingo, 24 de abril de 2011

futuro do presente

temos ao nosso lado
o dia a dia o dia a dia
temos a nosso favor
o vento contra o vento contra
temos à nossa disposição
o livre-arbítrio
mas não temos a noção de quanto tempo ainda
prato do dia: urubu à brasileira
na terra de bandeira
a fome é merdamarela
concreta é a meta da ação da cidadania
porque o neoliberalismo
é a aids da economia
...cidadão do mundo
vagabundo vagabundo
vc trabalhador
pagador paga a dor

sexta-feira, 22 de abril de 2011

flashes

flashes foram luzes
que escaparam dos meus olhos
e se quiser alguma fruta
tem ali no pé

quarta-feira, 20 de abril de 2011

aniversário


envelhecer é fazer aniversário
conhecer é fazer adversários

distante

DISTANTE

    DIZ TANTO                               NADA DIZ         
                            

bonobos

fim de amor
a cuca o corpo machuca
fim de inverno
melancolia lã e lição
seja como flor
a primavera sempre chegando
pois ia 
ter que ser muito mais que 
poesia

terça-feira, 19 de abril de 2011

mística fonte - Maria Andersen

que saberei eu meu amor desse tempo ?
se te digo uma palavra é suicídio
se afasto as cortinas do dia
é porque te desejo inteiro no poema –
...ave migratória das minhas mãos
& os olhos
no voo do silêncio onde se rasga o tempo
às vezes o coração é um exílio onde o corpo resiste
onde se alastra a mística fonte
até o orvalho da manhã
a sul as vozes são mais densas
é preciso a distância
para que as bocas se estreitem contra o vento
até onde se gera o poema

indicativo - Cleide Guedes

eu amei, tu amaste
quem foi que inventou o pretérito perfeito?
só sei do presente e é indicativo...eu amo, tu amas...

melodias

prefiro seguir
o caminho das  melodias
tem uma que termina
meio-dia

segunda-feira, 18 de abril de 2011

domingo, 17 de abril de 2011

mente captando

tudo tão parecido
com aquele relógio parado
pelo qual não me prazo
critério que não me esquivo
...
nada do que possa ter sido
olhares vividos passados
mente captando os idos
lágrimas caindo com atraso

sexta-feira, 15 de abril de 2011

radyonísius - antimanifesto do fim

porque é chegado o momento de ir prá casa
lá onde o espaço é teu foi conquistado
onde as coisas podem e devem acontecer
amanhecer entardecer varar a noite
por que casa é casa e mãe só tem uma
...
força apolínea para segurar a barra
a emoção é demais o suor valeu
quem leu como quem vai à festa
deu uma puta força dionisíaca
uma lambida de olhos na testa
e a barra tá segura por mãos quentes
...
aquilo que não funciona se presta ao desuso
parafuso que se aperta ainda anda em uso
quem nada entendeu nada perdeu
nem o fio da memória no buraco
da agulha que encrava na unha
e quem não se trumbica não se comunica
...
acontece que já passou da hora
e o futuro voltou agorinha agora
faz um minutinho e já foi embora
vai atrás mas por favor vá na frente
chegar junto é que é legal
ninguém ganha ou perde: é diferente




porra

ninguém segura
a vida é aventura
a natureza humana das feras
assegura que de pura
seja para...
e vê se não pira
porra!

instintos

meu orgulho é ferino
meus pecados universais
minha fé incontida
meu prazer, demais...
meus instintos, animais
minha dor cuspida
...
é isso que dá 
mar aos sais

quarta-feira, 13 de abril de 2011

ERÓTICOS ANÔNIMOS

de quatro
a gozosa promove
orgias deliciosas
...
de três
a homenagem
da vez
...
de dois
não deixa
prá depois
...
de um
dedo
é demais!

labareda - José Mateus Pereira Neto

a confusão 
não instalou-se
sempre esteve ali.
o verbo é outro:
começou.
seu nome?
labareda.

terça-feira, 12 de abril de 2011

era uma vez

os homens dizem amém
as mulheres não
algumas têm
alguém que mata
alguém que morre
alguém que sorry
não vale a pena
não vale a sorte
não vale a morte
...
me diz uma vez na vida:
era uma vez?
...
nada como um inocente
na praia como culpado
que pena que vc está usando?
os índios usam no cocar.

despir-se - José Mateus Pereira Neto

despir-me dos deuses
ídolos
fábulas
despir-me até dos signos
ficar nú
só eu
o corpo & os sentidos
todos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

lágrimas

a idéia é fazer
poemas descompromissados
para você e para mim
a chuva que cai lá fora
verter em lágrimas
o líquido que transforma
a idéia de fazer
poemas compromissados
um para você
outro assim

nem uma colher de chá - José Mateus Pereira Neto

ciclos tempos & climas
chegam ao fim
& não há a menor idéia
do que seja o fim
...
filmes pessoas processos poemas
chegam ao fim
& não há a menor idéia
do que seja o fim
...
projetos romances casos afins
chegam ao fim
& não há a menor idéia
do que seja o fim
...
povos fés orgias culturas
chegam ao fim
& não há a menor idéia
do que seja o fim
...
ao cabo só há eu
o mundo & o recomeço

reciferido - Valmir Jordão


Oh!  minha  bela , inefável
e  inescrupulosa  veneza.
Dos  mercados e  mascates
hoje, perseguidos porque
pobres  enfeiam  a cidade.
E, a especulação imobiliária
projeta-se sobre a ambição
dos  farisíacos  governantes.
Teu  podre  hálito, reflete-se
nos  fétidos discursos dos
infectos  poderes e, na
sua gênese  reacionária.
Cidade invadida, cidadãos excluídos
de suas  benesses e riquezas.
Dos bacanais nos carnavais
regados no erário, bancado
pelos  otários e, dadivados
aos  condes joões, aos
barões  sebosos e aos
séquitos  famintos.
Salve  Recife!  Cidade madrasta
prostituta dos  vampiros
de todas as dicções e origens.
Meu Capibaribe, Capiberibe!
Descapibaribado  pela
indiferença  dos gestores
e, do  perjúrio  oficial...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

sábado, 2 de abril de 2011

pessoanas - Maria Andersen

e eu como Pessoa e por ser pessoa tenho mil almas na minha…já vem de muito séculos são vozes que gritam feridas na garganta que são gargantas...e sou assim peregrina de mim em cada alma, e dizer do tempo em que me faço eu já não sei…porque sou eu e não sou eu ...
vivo tão só na multidão de mim e vivo assim na ressaca da vida onde tudo é longínquo e escasso e breve nesta brutal respiração das horas.
A alma é uma arquitectura interna todos sabem, mas que muito poucos vêem ou sabem caligrafar…
e pessoal sou eu em mim mesma, o resto...é e não é...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

pou pou pidou dah - Jean Minthe

hollywood é uma mulher nua
uma cortina vermelha
um sacrifício da inocência
para a loucura brutal da fama
pou pou pidou dah

norma jeane

Disse
Norma Jeane:
posso obrigar 
meu rosto 
a fazer qualquer coisa.
E fêz-se a
Marylin Monroe.

uma

houve uma época
em minha vida
em que me dediquei
às putas de verdade,
não fazia sexo
com nenhuma
que não fosse
uma