domingo, 28 de agosto de 2011

têmpera - maria andersen

Desafio maior é ter a vida entre os dedos e querer agarrá-la como se para isso bastasse o lado esquerdo
Não basta há que sê-lo nas cordas mais tensas do corpo insuportável

Eu vou não sei se por aí
& se te levo não sei só sei que o sol arde nas folhas
como as Putas ardem nas esquinas por dentro do coração gasto por nada e por tudo
é essa a leve têmpera do grito do vento da água
na língua à mingua de tudo e de nada

3 comentários:

  1. A literatura é a vida vivendo do que ela mesmo é.
    Ah se o tempo soubesse que eu existo…Não sabe!
    Mas quem sabe, “num futuro a que eu já não pertença” estas palavras que digo escritas em alma, durem. E que aí haja gente, “ que enfim me compreenda “ para então “ nascer e ser amada” não pelo que digo, mas pelo que digo lá por dentro das palavras porque é o que sou na vida. “ Mas longe de eu aí (nesse tempo) nascer, eu terei já morrido há muito tempo, serei compreendida só como efígie, quando a afeição já não compense a quem morreu da desafeição que teve, quando vive”

    A palavra é esta torrente compulsiva que encandeia a pele, é este mineral alento do desejo que flui como o tempo que nos olhos fica pendente como um delírio de um outro tempo que vai até à origem , de que eu e tu e ele , somos agora o vastíssimo mundo.

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  2. Nota* Todas as citações entre aspas são de Fernando Pessoa! Que faço minha voz também.

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