quinta-feira, 11 de outubro de 2012

bardos poetas - poema 3

aquilo que te trouxe
aquela que me leva
amoras maduras
índios como corações tangendo gritos
Aquiles ferido no nervo
foi a tenda – tendenciosa
as folhas secas no deslumbre dos barcos
o verde lúdico da estação
a folha em que escrevo – é noite
todavia são elas perigosas
canais de sangue
santificado seja o suor
a febre da dança aqui
Don Quixote nos moinhos
é outra a fórmula
à nascente tenho sede
totens totais
tens a fuga como o fio de Ariadne
a vertigem está à cabeça da literatura
aqui jazem serpentes
parabéns para você
nesta data ferida
tenho pirilampos nos olhos
balagandãs nos dias em que demoras
aquele que brinca de viver
viverá mesmo depois
estou à cabeceira do tempo
nenhuma alma na quebrada
nem anjos na guarda
tenho mais boca no cais dos poemas
dói até os cabelos
raspa os pelos
conjura os poentes
até chorar a nudez
onde sobem os olhos
meu Batman perdeu a capa
perdeu o cinto
fez-se sol enquanto as mulheres deram prantos
atenção
 o nervo tende
as ruas são cinemas mudos
a vida encruzilhada

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