sexta-feira, 27 de julho de 2012

chuva pink - claudia freire


Tinge de pink a chuva
Rege com calma os dias
Tece tramas, risos
Mete-se em frios, pijamas
Meias inteiras
Losangos gelados
Quadrados pelados
Aquarela de fuligem.
Guarda-cabeça ampara a chuva
Preserva o penteado
Inunda o pensamento.

Furo o farol rosa-choque
Óleo diesel perfumando o cangote
Maçãs do rosto, ruge
Finda a jornada
Bato o ponto
O tempo urge
Dou seta pro destino
Sigo em sua direção
Tu me aguardas há anos
Eu em águas segundas, turvas
Tu em sóis lunares.

Quando eu enfim estiver
Em falsos venenos mandrágoras
Lilás à própria sorte
A sete palmos da morte
Lembrarei que de vermelho
É que se tingem chuvas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário