a paciência me devora
mas juro
que não demora
e como poeta
é uma cobra
comendo o próprio rabo
falando
consigo
mesmo
e conseguindo
mesmo assim
cobrar-se
um papo íntimo
e como peixe
nada
nada
como salgar
a vida
pegar a sereia
pelo rabo
preparar a ceia
e lambuzar o nabo
em suas tetas
e como ave
canta
voar
na melodia
que espanta
bater as asas
até o cair
das penas
e quero
crer no desenlace
natural da harmonia
e na porta de saída
a mesma por onde se entra
quero crer na chave
na fechadura e nas mãos
as mesmas da força do murro
do dedo em riste e do afago
quero crer no vento
indo vindo lindo em fúria
ou calmo em brisa e alívio
o mesmo que foi o álibi
para uma nova sensação
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