terça-feira, 20 de março de 2012

o ceará no sul - juarez s. machado

 Esta canção não é minha
Longe eu querer plagiar
Não lhe dei uma só linha
Nem dela eu quero abusar
Porem aqui peço um tempo
Para poder me explicar
Seu autor um rei sem trono
É o seu legítimo dono seu mentor seu titular

... Numa cena corriqueira
Que me dei presenciar
Lá onde grassava a seca
Sem uma nuvem no ar
Eu vi um sol escaldante
Uma terra esturricar
E ouvi do rei sertanejo
Com sua viola em arpejos esta canção singular

Eu já capinei o mato eu já limpei o pomá
Agora só esperando chuva que Deus vai mandá
Já preparei o arado prá esta terra afofá
Agora espero chuve agora espero moíá

Meu tratô é o meu burrinho nunca foi de se encostá
Separei semente boa prá nesta terra jogá
Mio feijão jirimum e o que mais dé prá prantá
Agora espero chuve agora espero moíá

Se vie coieita boa meu paió se abarrotá
Vou vende a minha safra trato de aço buscá
Dá descanso à um cumpanheiro que só faz me ajudá
Agora espero chuve agora espero moíá

E aquele rei cantava sem do céu os olhos tirar
Numa súplica incontida tudo nele um confiar
Nos acordes comoventes se fazia acompanhar
Agora espero chuve agora espero moíá

Numa das minhas andanças tive eu que lá voltar
Encontrei rei sertanejo naquele mesmo lugar
O seu rosto era só pranto quando veio me falar
To lembrado do sinhô tanto tempo já passô
O sinhô foi e vortô e a chuva ainda sem chegar
E eu abraçando à ele também tive que chorar

Esta canção já é minha eu acabei de adotar
Hoje eu à faço de todos que a cante quem desejar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário