cruzaram-se os ventos e eu nasci
o momento nunca foi exacto e pouco espaço ocupo
trago nas mãos palavras animais
sílabas coaguladas na garganta
textos a escaldar de gravidade
a escrita é um pólvora que me rebenta por dentro num discurso mortal
uma sala branca e devastada de cólera no ventre
março como único território em que agora respiro
e o pensamento rompe-me o tédio
o filme dos instantes em curta metragem
as esplanadas estão vazias a janela é a porta das imagens
e esta devassidão mamífera de animais fervilhando pedra e cal
os êmbolos no sem balanço tardio
a tarde garrida de afectos
o espaço equilibrista onde me sustento
o café na borra o piano ao canto
a química floração dos olhares entre a agonia e o espanto
a bravura explosiva os deuses que nos abafam
a droga de tantas vidas
as ruas lentas na sua estrangeira loucura
os meninos de outrora obsessivos
o estio das noites longas
a voz iluminadora a sacralidade
a turbulência íntima e o excesso de multiplicidade
os dados sobre a mesa
a antropologia do pavor o destino da língua
a minha pátria como um sussurro na noite
o corpo caligráfico dos tontos os políticos dos ensaios contendo febre
as lichias maduras e o medo da dança
a energia bruta as linhas curvas do texto
o que se mete lá dentro tão fulminante
o éter dentro das bocas incrustadas de escuro
as mãos como uma trança a tela junto aos dedos
os livros em fila com vícios brutais de um sono extenso
e esta minha ciência infusa
cocaína das palavras de ervas que masco
e uma desordem de horas conversas fechadas a sete chaves
um ritmo de elástico que eu ignoro
as capelas à esquina as beatas junto à porta
a geometria do que digo
e as luzes voltadas como focos no poema
gosto de ser
na única pancada da vida
de ser
na travessia das tempestades no eco do séculos
onde se levanta a prata
a solidez das águas e esta loucura afinada das palavras
em que me escrevo tão dentro tão só pousada nos teus olhos
os verbos não tem subúrbios
e por isso são o sítio certo do alfabeto
o momento nunca foi exacto e pouco espaço ocupo
trago nas mãos palavras animais
sílabas coaguladas na garganta
textos a escaldar de gravidade
a escrita é um pólvora que me rebenta por dentro num discurso mortal
uma sala branca e devastada de cólera no ventre
março como único território em que agora respiro
e o pensamento rompe-me o tédio
o filme dos instantes em curta metragem
as esplanadas estão vazias a janela é a porta das imagens
e esta devassidão mamífera de animais fervilhando pedra e cal
os êmbolos no sem balanço tardio
a tarde garrida de afectos
o espaço equilibrista onde me sustento
o café na borra o piano ao canto
a química floração dos olhares entre a agonia e o espanto
a bravura explosiva os deuses que nos abafam
a droga de tantas vidas
as ruas lentas na sua estrangeira loucura
os meninos de outrora obsessivos
o estio das noites longas
a voz iluminadora a sacralidade
a turbulência íntima e o excesso de multiplicidade
os dados sobre a mesa
a antropologia do pavor o destino da língua
a minha pátria como um sussurro na noite
o corpo caligráfico dos tontos os políticos dos ensaios contendo febre
as lichias maduras e o medo da dança
a energia bruta as linhas curvas do texto
o que se mete lá dentro tão fulminante
o éter dentro das bocas incrustadas de escuro
as mãos como uma trança a tela junto aos dedos
os livros em fila com vícios brutais de um sono extenso
e esta minha ciência infusa
cocaína das palavras de ervas que masco
e uma desordem de horas conversas fechadas a sete chaves
um ritmo de elástico que eu ignoro
as capelas à esquina as beatas junto à porta
a geometria do que digo
e as luzes voltadas como focos no poema
gosto de ser
na única pancada da vida
de ser
na travessia das tempestades no eco do séculos
onde se levanta a prata
a solidez das águas e esta loucura afinada das palavras
em que me escrevo tão dentro tão só pousada nos teus olhos
os verbos não tem subúrbios
e por isso são o sítio certo do alfabeto
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