quarta-feira, 17 de julho de 2013

bardos poetas 4


secreta sombra
onde palpita e decreta
minha cabeça minha sentença
tudo é isto: 
meu - teu
no tudo, pare!
no pare, mudo
e ludens...continue...
sinais - onde a fome mata o delírio
onde o delírio é desmundo
onde a alma é a única arquitetura
amarelo fundo no fundo
números que nos doem
água que não germina
rua desavinda
penso num verso
e escrevo outro: desconverso
seco o gerânio
a pedra que é rã
que é voz e mudez
língua que é silêncio
a vida vinha de mansinho
ao encontro da vinha
e veio com as veias
e a verve de um zen
o vinho todo embriaguês
o fogo todo sexo
a janela toda mundo - a porta túnel
o meu caminho é tubo - é mar - é ar - é universo
sortes lançadas à vida
esplanada vazia
muitos nobeis dentro
os olhos além do que vêem
aqui tudo é ouro
semana passada nos livros
livrando a semana dos passos...
casúlo, o útero onde me encerro
se não ouve o canto das sereias
não sabe o que houve com as baleias
antigas as palavras
curtidas estradas
vãos das escadas e da vida
todos em progressos
semblante firme
perfilado egípcio
músculos gregos
alturas pigméias
na surdina os insetos
invadem tua morada
e conversam a voz do silêncio
que conservam,
 rasgo o calendário
os livros são meus dias
minhas horas
primeiras origens
amor conhecido e desconhecido
malha contínua a que nos ligamos
dados na estatística
números na  mesa
e a alegria é a prova do "love"
vestindo os dedos de tinta
com tantas moradas dentro
tantos números de portas encerradas
tantos sonhos dessonhados
quando gira
sol dentro do quadro
e
dos olhos

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