terça-feira, 12 de julho de 2016

deixa vir o déjà vu

viveu em metáforas
morreu em parábolas
seus dias mais felizes
foram ao lado da dialética

sábado, 9 de julho de 2016

pão nosso de cada diabo

porquê
haveria de não comer
o pão que o diabo amassou,
se piso
o chão
que o verme adubou?

quarta-feira, 6 de julho de 2016

sábado, 25 de junho de 2016

frutíferas

são primas dos limões
laranjas e mexiricas
no pé são verdes as maçãs
vermelhas nas bochechas

figos fatiados ao meio
lembram você por inteira

kiwis pedem bocas
mangas para serem chupadas
morangos olhados
pêssegos acariciados
por frutíferas mordidas

sexta-feira, 3 de junho de 2016

lancinantes



 1
ato falho
matou o açougueiro
depois foi ao talho

2
ato pudico
matou a brincadeira
para rir em público

3
ato besta
matou a quinta
para chegar na sexta

4
ato zen
matou deus
depois disse amém

5
tenho uma idéia nas mãos
esse poema não me deixa
a cabeça

6
a dor
que não merece
adormece?

7
nem eu sou eu
e você é você mesmo
nem lágrima
nem poema

no ar
caneta e impulso
na mão
calo

deu até pena
o escorpião
picou

8
não comece
nem termine
arremesse
determine


quinta-feira, 2 de junho de 2016

quarta-feira, 4 de maio de 2016

se você não entendeu

não sabem o nome do rio
os peixes que nadam lá
não entendem de altitudes
os pássaros que as povoam
nada dizem de botânica
plantas e flores
não discursam sobre fidelidade
cães que nos adotam
nem mesmo as lágrimas
explicam os olhos

não, não precisa dizer coisa alguma
se não entendeu alguma coisa
com certeza
não perdeu coisa nenhuma