de repente o rosto é uma ignoração
um escravo absurdo do tempo com olhos cavos
portas lentas no repouso - recriando-me
canto todos os sóis condenados às horas sonolentas
brilha-me a impoluta virgem
a tia com visões onde se cerram sonhos
na cama prematura - irreparáveis palavras
na mão com que as escrevo tudo me tarda
e choca-me a interrupção
as horas diurnas e nocturnas tão selvagens
- a eternidade por vezes tem a sua razão
a fé onde se violenta o tédio grego
- às coisas intelectuais da solidão
pergunto-me -
tenho em mim todos os vícios?
sou o objecto do momento com cegueira ?
onde me sofrem as virtudes ?
converto-me à singularidade
de mendigar palavras ?
a alma é como um apeadeiro
abrevio todas as fugas
e estou aqui
sobriamente desacompanhada
e o barulho a fazer vale nos ouvidos
toda a noticias -
é um labirinto