pudera

passa aí

me leva

pra passear

pra comer

açaí

e pudera

pingar um

i

no not now

alguém perde a vida

perde a vida também

meus heróis morrreram de overdose

defeitos

de que são feitos defeitos?

espécies sem pés

mais de cem

cabeças feitas

neném!

...

meus monstros queridos

não me causam medo

qualé o segredo?

 

meus queridos segredos

os que me causam medo

qual que é, monstro?

eller

aquele pinto

que a cassia eller

simulava 

enquanto cantava

era meu

 ...

eu também

queria ser

a cassia eller

talvez

talvez

ande em vão

talvez

ande onde

as pernas

vão

ruído rosa

deite-se

ocupe espaço

é ruído rosa

acordo

querendo sintonia

claudia freire

 tesão inconteste

com o olhar

despe, reveste 

cynthia martins

a lua

escura

também me cura

Poema: Ser e Crescer do livro Encantada, direto do Maranhão.

liliths guerreiras - mariana trindade

dei um basta na tristeza

decidi não mais chorar

na Casa da Mulher Lilith

apoio fui buscar

fiz oficina, terapia e aprendi a pensar:

que quando a "boca cala o corpo vai falar,

mas quando a boca fala o corpo vai sarar"

os meus medos desapareceram

eu faço me respeitar.

chega de violência, desigualdade e opressão!

 sou cidadã

tenho direitos, está na constituição

toda mulher é guerreira

pode a vida transformar

eu também sou uma delas e posso me libertar.

liliths guerreiras podem o mundo transformar

vem cá entra na roda vem pro meio vem cantar

liliths guerreiras, camponesas, costureiras, operárias, lavadeiras

podem o mundo transformar

doutoras, curandeiras, parteiras, benzedeiras

podem o mundo transformar

geram filhos em seus ventres e nos peitos alimento

para o mundo continuar

liliths guerreiras podem o mundo transformar

vem cá entra na roda vem ocupar o seu lugar.

claudia freire

vela sem pavio

assim no breu principio

um claro vazio

quem?

W (H) O  M A N ?

ossinho da anca

procura algo

para fazer e faz

procura alguma coisa

para dizer e giz

procura alguém para

transar e triz!

...

lembra da luz

que te procura

e do ossinho da anca...

mais nada.

majestade

na cama te trato como minha

no caminho como sua

majestade

lília diniz

as dos poços

e açudes

de molho pegam a

sonhar

 

versos

arrebentam

das trouxas

das espumas

do olhar

 

de sonhos

elas entendem

lavam todos

todo dia

e botam

de quarador

na pedra

do meio dia

ensaboam

lavam

enxáguam

em bonitas

melodias

Lìlia Diniz é poeta autora do livro "MIOLO DE POTE DA CACIMBA DE BEBER". liliadinizpoeta@gmail.com    www.liliadiniz.zip.net

claudia freire

sobre o vivo
telha teto sóis cosmos

só sobrevivo

sobre o morto

grama lágrima drama

em ti conforto

uma vez para sempre

fera uma vez

era para sempre 

olho da gente

finda a feira

precipita a tarde

casca-dura a fruta

apodrecem palavras

se não há por que fazer porquinho

tira o dedo da merda garotinho

se não há por que seguir em frente

tira o olho da gente

e come